Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é fatal. Enquanto ela não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade. Doenças estão acabando com a população, a comida é difícil de encontrar, os pássaros não voam mais, e as nuvens são da cor errada. O Restabelecimento disse que seu caminho era a única maneira de consertar as coisas, então eles jogaram Juliette em uma célula. Agora muitas pessoas estão mortas, os sobreviventes estão sussurrando guerra – e o Restabelecimento mudou sua mente. Talvez Juliette é mais do que uma alma torturada de pelúcia em um corpo venenoso. Talvez ela seja exatamente o que precisamos agora. Juliette tem que fazer uma escolha: ser uma arma. Ou ser um guerreiro.
Minha experiência com Estilhaça-me: Como já comentei aqui algumas vezes, distopias estão sendo lançadas quase que mensalmente após o grande sucesso de Jogos Vorazes, eu poderia citar uma lista consideravelmente longa de obras que vem sido publicadas desde o inicio do fenômeno, porem hoje vim falar sobre um livro que me chamou a atenção desde o momento em que coloquei os olhos sobre ele na livraria, Estilhaça-me. Porém antes de adquirir meu exemplar, decidi pesquisar um pouco sobre a historia, o que só fez aumentar ainda mais minha vontade de lê-lo. Então sem pensar duas vezes, comprei-o, e devo dizer que não me arrependi.
Pontos positivos: Desde o inicio a autora deixou transparecer a fragilidade emocional de Juliette, nos apresentando seus traumas de uma forma que é possível entender o motivo pela qual a personagem calcula cada ato antes de tomar qualquer decisão que possivelmente possa causar alguma mudança em sua vida.. A distopia é citada muitas vezes pela própria personagem, comparando a situação da sociedade na qual se encontra com o mundo em que viveu antes de ser confinada.
Devo dizer que esse foi o primeiro livro na qual torci pelo vilão, Warner é o tipo de personagem que no inicio aparentar ter sido criado apenas com o intuito de ser odiado, entretanto no decorrer da historia pude ver que o mesmo ganha espaço na trama, já dando indícios de sua possível futura importância na historia (assim espero). Algo visível é a evolução de Juliette, no inicio ela se mostra uma personagem fragilizada e assombrada pelos fantasmas de seu passado, mas quando motivada ela age de forma adulta e descobre que as limitações estão apenas em sua mente e que subestima-la não é uma sabia decisão.
Pontos negativos: O cenário distópico no qual o livro se desenrola me agradou muito, mas nada é perfeito. Como sempre tenho grande dificuldade em me deixar convencer pelo romance, a autora conta a historia de Juliette e Adam que vem desde a infância, porém a mesma não conseguiu me convencer, e ao meu ver foi mais um romance que surgiu de forma épica e exagerada. A atração física entre os personagens também me pareceu um tanto forçada, já que ao meu ver, Juliette apenas desejava Adam por ser sua única opção.
Edição: O livro foi publicado no Brasil pela editora Novo conceito. A editora manteve a capa que foi usada inicialmente na edição americana, embora ela tenha sido alterada e mudou completamente de padrão. Muita gente prefere a nova capa (clique aqui para visualizar), mas eu não. Gostei do aspecto metalizado que a capa na recebeu na edição nacional, o que deu mais brilho e tornou-a ainda mais convidativa. As paginas são amarelas e todo inicio de capitulo é diferenciado com uma espécie de “cortes” impressos que demonstram o carinho e cuidado que a editora teve para agradar aos fãs.
A quem indico: Estilhaça-me foi um livro que me agradou, embora eu realmente tivesse perspectivas maiores, talvez o problema tenha sido que eu tenha ido com muita sede ao pote. Acho que não é possível generalizar dizendo que todos os fãs de distopias vão adorar a obra de Tahereh Mafi, então tudo o que posso dizer é que deem uma chance e tirem sua própria conclusão.