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Resenha - Noites Italianas de Kate Holmes

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Quando Kate decidiu abandonar seu passado, em Melbourne, e começar uma jornada para dentro de si mesma, foi para um país reconhecidamente romântico. Enquanto se encantava com as ruínas de Roma e as praças de Nápoles, esperava encontrar — em ruas estrangeiras — sua verdade pessoal. Mas a peregrinação de Kate exigiu coragem. Encontrar o verdadeiro amor ou, quem sabe, perder-se para sempre de maneira a não ter mais qualquer chance de resgate foram possibilidades reais na Itália... Especialmente para alguém que estava acostumada a viver entre as vielas da escuridão. Em um romântico, mas estranho país, com muitos — alguns bem significativos — casos de amor, e mais algumas noites de sexo sem compromisso, ela vai se perguntar se é, verdadeiramente, um espírito livre, ou uma atriz que decorou tão bem o seu papel de mulher sedutora que já não consegue desvencilhar-se dele...
      Antes de tudo, preciso deixar claro que é um livro que, embora não seja o foco, beira o erótico. Há várias cenas de sexo que são descritas sem poupar detalhes. Digo apenas para ninguém ser pego desprevenido na leitura.
      Iremos conhecer a história de Kate, a própria autora, durante o tempo em que passou na Itália e consequentemente todos os amantes que teve naquelas noites.
      Kate é uma personagem que naquele momento de sua vida está perdida e abalada emocionalmente. Seu atual amante (inglês, mas atualmente morando na Itália) pediu que ela deixasse a casa em que moravam, porém isso não significaria o fim do relacionamento dos dois. E é então que ela parte para várias cidades conhecendo diferente tipos de pessoas e principalmente vários homens, com quem mantém relacionamentos ainda que estes sejam casados. 
      Para ela isso nunca foi um problema. 
      Confesso que pelo subtítulo e pela sinopse esperava uma mulher forte, decidida e completamente independente. De fato a protagonista tem algumas destas características, mas ela também está abalada e carente, muito longe de seu país de origem, e portanto tenta encontrar atenção e conforto em relacionamentos que jamais funcionariam. O que não é um ponto negativo, pelo contrário, enriquece a personagem, somando ainda ao fato de que ela possui uma bagagem que se torna importante para definir quem ela é.
      No passado ela fora prostituta, fato que talvez seja abordado no livro anterior da autora, o qual ainda não li.
      Com uma personagem interessante, o livro peca pela repetição do enredo. É curto, mas em várias partes a história se repete, ela se pega nos mesmos questionamentos e saindo com os mesmos homens resultando nos mesmos problemas.
      Mas isso também não é um grande problema como possa soar. Tudo acontece com uma razão convincente, não se trata de enrolação, se trata apenas de alguém que não vê que não há futuro naquilo em que se está insistindo.
      Quanto a escrita, eu diria que é diferente mas não ruim. No começo há um grande estranhamento na forma com que ela caminha de uma cena a outra de forma abrupta. Sem muitos detalhes. Avançando a narrativa rapidamente levando-nos a sensação de incompletude, mas que se pararmos para pensar não havia de fato necessidade de se prolongar mais naquelas cenas.
      Em alguns outros parágrafos podemos também notar que a autora sabe muito bem lidar com a rima e com o ritmo dos pensamentos que quer passar. Isso apenas não é presente na maior parte do livro.
      Se você procura descrições dos cenários Italianos permeados por todo aquele romantismo costumeiro neste livro não o encontrará. Talvez toda essa falta de detalhes seja até mesmo um reflexo de características da personagem/autora que está muito mais preocupada com seus conflitos e relacionamentos que em ver paisagens, obras, esculturas e cultura local.
     O interessante também é notar que a história não possui um clímax, ao invés, temos uma série que acontecimentos e relacionamentos iniciados que começam a ruir, que a olhos externos não seria nada excepcional, diferenciando então de um clímax usual. 
      Considero portanto, numa somatória, um livro bom. Não incrível, mas muito interessante e que com certeza não me arrependo de ter lido. Eu que não aprecio romances românticos gostei, portanto, se você aprecia acho que o livro é mais que recomendado.


Por Henrique

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